terça-feira, 5 de abril de 2011

Discipulado

Essa semana estava olhando as noticias na internet e me deparei com uma crueldade imensa. O caso em que uma mulher após passar por um tratamento de infertilidade deu a luz a trigêmeos. Após o nascimento a família decidiu ficar só com dois dos três filhos, deixando o outro no hospital. O conselho tutelar foi chamado e a família ficou sem nenhum dos filhos.
Que crueldade! Não há como ver uma situação dessa e não ficar chocado, não ficar indignado com tamanha frieza. Esse é o contexto em que nossos filhos vão crescer se não fizermos algo. Pais fazendo atrocidades com seus filhos, jogando em lixeiras, em rios, tirando suas vidas... algo que parece ter saído de um filme de terror, mas infelizmente é a mais pura realidade.
Então, você deve estar se perguntando o que tem a ver o titulo desse texto com o assunto até aqui abordado. Tem TUDO a ver! É fácil fazer filhos não é, difícil é cuidar. Você já deve ter ouvido essa frase. O que aconteceu com essa família, é o mesmo que muitos têm feito em suas vidas como “cristãos”. Oram, clamam a Deus pela salvação de alguém e quando conseguem se acomodam.
Quando vemos uma pessoa que acabou de entrar para a família de Deus, é a mesma coisa de uma criança que nasce, ela precisa ser cuidada. E agora, será que começamos a ver alguma semelhança entre os casos? Do mesmo jeito que eles buscaram o tratamento para gerar filhos, também oramos e “pregamos” o evangelho para gerar filhos, porem filhos espirituais. É ai que entra o problema, ter filhos é fácil, difícil é cuidar! Temos cuidado de “nossos” filhos espirituais? Temos buscado saber como estão, ligando para eles durante a semana, ou esperamos que chegue o culto de domingo para fingirmos nos importar? O discipulado é essencial para o crescimento espiritual, não só de quem é discipulado, mas de quem discípula também.
Esses pais perderam a guarda de seus filhos, vamos esperar que “nossos” filhos sejam arrancados de nós também? Esses filhos serão levados para uma nova família, alguém que dará o necessário para seu crescimento, amor, cuidado, carinho, respeito, instrução e etc... e os filhos que são arrancados de “nossas” igrejas, quem cuidará deles? Estarão à mercê desse mundo cruel e maligno! Precisamos cuidar, precisamos ter amor pelas vidas, se nós não tivermos, quem terá?
Nesse ato egoísta, os pais foram punidos pela justiça. E nós, saímos ileso dessa tamanha irresponsabilidade? Com certeza que não! Que nós possamos refletir sobre isso, que busquemos o discipulado como ferramenta para o crescimento espiritual, sejamos servos!


“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; “ Mt 28:19        



Bruno Monjardim Marques

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Os desertos necessários.


“Eu os tirei do Egito e os levei para o deserto” – Ez 20.10
         A palavra “deserto” vem do latim desertu e significa “lugar solitário” ou “de solidão”; lugar ermo.
         O povo de Israel enfrentou o deserto em sua caminhada à terra prometida. Curiosamente o deserto surge na vida dos israelitas após 400 anos de escravidão egípcia e tem a duração de 40 anos. O trajeto do Egito à Canaã, terra prometida por Deus aos filhos de Israel, levaria no máximo 40 dias para ser completado. Mas Israel levou 40 anos. Quem foi o responsável por tamanho equívoco? Moisés? Os seus auxiliares? A falta de um bom GPS?
         Primeiramente, não se tratou de um equívoco, mas de uma experiência criada propositalmente; e não teve nada a ver com falha humana, nem com ação maligna, mas com o próprio Deus.
         Centenas de anos após a vivência dessa experiência, Deus chama o profeta Ezequiel e revela:

“Você sabe quem estava por detrás daquele aparente equívoco que levou Israel para o deserto, depois de 400 anos de Egito? Eu mesmo. Fui eu quem levou Israel para o deserto. Eu estava vendo as abominações que eles estavam cometendo e precisava deixá-los cara-a-cara comigo, fazê-los passar debaixo do meu cajado (objeto que simboliza o cuidado e a orientação pastoral) e se sujeitarem à disciplina da aliança que foi estabelecida entre nós” (Paráfrase de Ezequiel 20).

         Interessante é observar que o povo murmurou contra Moisés e o acusou de ser o responsável por toda aquela experiência desértica. Muitos se lembraram das cebolas do Egito, com forte expressão de saudade. Eles não conseguiam discernir, e não podiam discernir, porque eram carnais, que a experiência do deserto não tinha a ver com Moisés, mas com Deus.
         Sabemos que a geração que entrou em Canaã não foi a mesma que saiu do Egito, pois a geração que deixara o Egito morreu no deserto em virtude de terem murmurado contra o Deus Eterno.
         Quando enfrentamos momentos difíceis, é comum perguntarmos por que os estamos experimentando; queremos encontrar uma razão, algo que explique o que estamos passando. Contudo, quando lemos o capítulo 20 do livro do profeta Ezequiel e vemos a experiência de Israel no deserto, provocada pelo próprio Deus, discernimos que muitos momentos de provação nos são permitidos, não para o nosso sofrimento, mas para o nosso crescimento. É que chamamos de “desertos necessários”.
         É um paradoxo. Mas nenhum de nós amadurece emocional ou espiritualmente se tudo vai bem. Precisamos passar por momentos conflitantes para nos desenvolver como pessoas. Isso acontece desde o parto, essa experiência estranhamente dolorosa que nos tira do anonimato aconchegante do útero e nos expulsa para uma realidade estranha. Choramos. Não por causa das palmadas do médico, nem por causa da dor da primeira respiração, comparada à inalação de ácido sulfúrico. Choramos por termos perdido o lugar que nos conferia segurança e comodidade. Mas, não fosse essa dolorosa experiência, não haveria nascimento, nem crescimento, nem desenvolvimento. Apenas morte.
         Deus viu que o povo precisava amadurecer antes de adentrar a terra prometida; com efeito, Israel também precisava se livrar dos vícios adquiridos em 400 anos de escravidão. Se eles tivessem saído do Egito e entrado em Canaã, um mês e meio depois, eles teriam estragado Canaã.
         Do mesmo modo, nós. Se Deus nos abençoar no exato momento em que suplicamos, é certo que não saberemos aproveitá-las e desfrutá-las adequadamente. A imaturidade estraga as bênçãos de Deus.
         Se você está passando por um momento difícil em sua vida, não murmure, nem acuse; apenas ore e agradeça a Deus pela grande oportunidade que Ele está lhe concedendo de crescer um pouco mais. Veja cada luta ou provação como um deserto necessário em sua vida. Ao invés de perguntar “por quê?”, pergunte “para quê?”. Pois há sempre um propósito divino por detrás de cada sofrimento.
         Certa vez, Pedro disse a Jesus: “Mestre, eu não entendo o que o Senhor está fazendo?”. Jesus lhe respondeu: “O que você não compreende hoje, compreenderá amanhã” (João 13.6,7).
         Talvez você não consiga compreender as coisas que estão lhe acontecendo hoje; mas, descanse em Deus. O deserto vai passar e, se você o encarou com a humildade de quem conhece e confia em Deus, vai perceber o quanto o deserto foi necessário à sua vida.
         “Senhor, ajuda-nos a ver cada problema como uma oportunidade de crescimento e amadurecimento. Livra-nos da murmuração que nos torna amargos e mata a nossa esperança, e nos faz acreditar mais no poder do teu amor, do que no poder destrutivo das circunstâncias. Por Jesus, nosso Senhor e Salvador. Amém”.

Autor: Rev. Irailton Melo de Souza

Cristo nos Preserva com seu Sangue.


 Vocês compreenderão melhor isto ao se lembrarem da terrível noite no Egito, quando o anjo da destruição estava do lado de fora para destruir os inimigos de Deus. Um grito amargo subiu de cada casa, quando os primogê­nitos de todo o Egito, desde o trono do Faraó até o primogênito da mulher operária e do escravo no calabouço, caíram mortos num momento. O anjo percorreu com asas silenciosas rua por rua das muitas cidades do Egito; mas havia algumas casas nas quais ele não podia entrar. Ele embainhou sua espada e não feriu ninguém ali. O que preservou aquelas casas? Os moradores dali não eram melhores do que os outros, suas habitações não eram mais elegantes, não havia nada ali exceto a mancha de sangue nos umbrais e na verga da porta, onde estava escrito: "Quando eu vir o sangue passarei por vós" (Ex. 12:13).)

Nada havia ali que pudesse ter ganho o livramento para Israel, senão o aspergir do sangue. O chefe da família havia tomado um cordeiro e o sacrificara recolhendo o sangue em uma bacia, e enquanto se assava o cordeiro para ser comido por todos os moradores da casa, ele tomou um maço de hissopo, molhou-o na bacia de sangue e foi para o lado de fora com seus filhos e começou a marcar os umbrais da porta e a verga, e tão logo isto foi feito todos estavam seguros, bem seguros; nenhum anjo poderia tocá-los, nem os próprios demônios do inferno poderiam se aventurar por lá.

Amados, vejam, somos preservados em Cristo Jesus. Não viu Deus o sangue antes que vocês e eu o tivéssemos visto? E não foi por esta razão que Ele separou nossas vidas arruinadas quando como figueiras secas não produzíamos frutos para Ele? Lembremo-nos de que, quando vimos o sangue, não fomos salvos porque o vimos; a visão do sangue nos trouxe paz, mas foi o Tato de Deus tê-lo visto primeiro que nos salvou. "Quando eu vir o sangue passarei sobre vós". E hoje, se meus olhos da fé forem obscurecidos, e me for difícil ver o precioso sangue ou mesmo regozijar-me por ter sido lavado nele, ainda assim Deus pode ver o sangue, e enquanto a visão clara de Deus contempla o sacrifício expiatório do Senhor Jesus, Ele não pode destruir ou castigar nenhuma vida que esteja coberta com este manto escarlate. 

Oh, quão precioso é este escudo vermelho! Minha alma curva-se sob ele quando os dardos do inferno estão sendo lançados. Esta é a cobertura que é feita de púrpura; deixe a tempestade vir e o dilúvio se levantar, deixe até mesmo o granizo abrazador descer, debaixo deste pavi­lhão carmesim minha alma pode descansar segura, pois, o que poderá tocar-me quando eu estou coberto com Seu precioso sangue?

Permita-me, amigo, pedir-lhe que venha para debaixo do abrigo da cruz. Sente-se agora à sombra da cruz e sinta "eu estou seguro, estou seguro, oh, sim demônios do inferno, oh, sim anjos de Deus. Eu posso desafiá-los e indagar: "Quem me poderá separar do amor de Deus em Cristo Jesus, ou quem irá acusar-me, visto que Cristo morreu por mim"? Quando o céu estiver em chamas, quando a terra começar a tremer, quando as montanhas tremerem e Deus separar o justo do ímpio, felizes serão aqueles que encontraram abrigo debaixo do sangue. Mas onde estará você quem nunca confiou no poder purificador do sangue? Você clamará às rochas que o escondam e as montanhas que o cubram, porém será em vão. Ou Deus o ajuda agora ou nem mesmo o sangue poderá ajudá-lo naquele dia.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Liderança, líderes e liderados.

O que é um líder? Um líder, de acordo com o dicionário é:
1. Pessoa que exerce influência sobre o comportamento, pensamento ou opinião dos outros.
2. Pessoa ou entidade que lidera ou dirige.

A liderança para mim, não é dada e sim conquistada, nós podemos ver na vida de Davi que ele nunca reivindicou a sua liderança, nem disse que ele tinha sido ungido rei. Mas as pessoas reconheceram a sua liderança. O que tenho visto, é que os seus liderados serão aquilo que você é como líder. Como temos nos portado não apenas diante de nossos lideres, mas também longe deles? Temos protegido suas costas ou somos os primeiros a atacar quando estão longe ou vulneráveis?
O que fizermos aos nossos lideres é o que eles farão a nós, e vice-versa. A lei da semeadura, Gálatas 6:6-10
 

O que está sendo instruído na palavra partilhe todas as coisas boas com quem o instrui.
Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá.
Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.
E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos.
Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé.”

Josué e Moisés: “Como ordenara o Senhor a Moisés, seu servo, assim Moisés ordenou a Josué; e assim Josué o fez; nem uma só palavra deixou de cumprir de tudo o que o Senhor ordenara a Moisés” (Josué 11:15).
 

Josué mesmo tendo seu líder já morto, não deixou de cumprir uma única palavra daquilo que lhe foi ordenando. Mas infelizmente, hoje tem muito liderado que nem espera o seu líder virar as costas e já está colocando um toque seu naquilo que lhe foi pedido fazer. Ou às vezes o liderado até acaba fazendo, mas o seu coração está cheio de murmuração, reclamação. É assim que muitos se comportam, por fora são submissos, mas por dentro maldizem seus líderes, murmuram e dizem que se fossem eles os líderes, fariam diferente.
Atente para o que vou te dizer agora; você sabia que vontade de andar sozinho e poder decidir tudo por si próprio não é sinal de maturidade? A Palavra de Deus é que fala isto:

“O solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira sabedoria” (Provérbios 18:1).

Tremendo isso não irmãos? Quanto mais você cresce diante de Deus, e quanto mais você O conhece, mais vai querer responder a alguém e estar debaixo da liderança de alguém, estar servindo. Pois ser servo é um segredo.

Arão, Hur e Moisés: “Fez Josué como Moisés lhe dissera e pelejou contra Amaleque; Moisés, porém, Arão e Hur subiram ao cimo do outeiro. Quando Moisés levantava a mão, Israel prevalecia; quando, porém, ele abaixava a mão, prevalecia Amaleque. Ora, as mãos de Moisés eram pesadas; por isso, tomaram uma pedra e a puseram por baixo dele, e ele nela se assentou; Arão e Hur sustentavam-lhe as mãos, um, de um lado, e o outro, do outro; assim lhe ficaram as mãos firmes até ao pôr-do-sol. E Josué desbaratou a Amaleque e a seu povo a fio de espada” (Êxodo 17;10-13).

Aqui podemos ver um líder cansado, seus liderados percebem isso e vão ao seu encontro e o apóiam até a batalha ser ganha. Como é tremendo ver isso em nosso meio, mas hoje em dia vemos coisas muitos diferentes, no texto Arão e Hur botão a pedra embaixo de Moisés, mas muitos querem colocar a pedra em cima! Deus nos chamou para sermos como Arão e Hur, sustentemos nossos lideres, tenhamos a vontade de servir e não só de ser servidos, façamos tudo não para o nosso reconhecimento, mas sim para honra e para a glória de Deus.

Os soldados de Davi: “De novo, fizeram os filisteus guerra contra Israel. Desceu Davi com os seus homens, e pelejaram contra os filisteus, ficando Davi mui fatigado. Isbi-Benobe descendia dos gigantes; o peso do bronze de sua lança era de trezentos siclos, e estava cingido de uma armadura nova; este intentou matar a Davi. Porém Abisai, filho de Zeruia, socorreu-o, feriu o filisteu e o matou; então, os homens de Davi lhe juraram, dizendo: Nunca mais sairás conosco à peleja, para que não apagues a lâmpada de Israel” (II Samuel 21:15-17).

Nesse texto vemos Davi cansado e em perigo, e vemos Abisai vindo em seu socorro, por esse texto vemos que nossos liderados nos protegem muitas vezes, mas haverá vezes em que precisarão de nossa proteção também. Davi já tinha matado um gigante, mas isso não quer dizer que ele vai matar todos os gigantes que aparecerem, ele também já tinha “mostrado” aos seus liderados como matar gigantes, e na hora certa um de seus liderados mostrou ao seu líder que tinha aprendido a lição, tinha sido servo e prestado atenção em seu mestre, e estava ali disposto a dar sua vida pelo que acreditava, por quem servia, acho que nos falta muito disso hoje. Sabedoria ao ver que se o rei saísse de novo poderia morrer e falam que não iria mas com eles para as lutas, discernimento de vermos quando é a hora de batalharmos pelos nossos lideres.

Usemos esses exemplos para nossas vidas, para o nosso dia a dia, sejamos submissos, sejamos mais servos, servos de orelhas furadas como em Êxodo 21, que mesmo sendo livres submetiam-se ao seu líder para continuarem servindo-lhe.

Fofoca na Igreja.

“Seis coisas o SENHOR aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, LÍNGUA MENTIROSA, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, TESTEMUNHA FALSA QUE PROFERE MENTIRAS e O QUE SEMEIA CONTENDAS ENTRE IRMÃOS.” Pv 6:16-19

“Senhor, quem habitará no teu santuário? Quem poderá morar no teu santo monte? Aquele que é íntegro em sua conduta e pratica o que é justo, QUE DE CORAÇÃO FALA A VERDADE E NÃO USA A LÍNGUA PARA DIFAMAR, QUE NENHUM MAL FAZ AO SEU SEMELHANTE E NÃO LANÇA CALÚNIA CONTRA O SEU PRÓXIMO, que rejeita quem merece desprezo, mas honra os que temem ao Senhor, que mantém a sua palavra, mesmo quando sai prejudicado, que não empresta o seu dinheiro visando lucro nem aceita suborno contra o inocente. Quem assim procede nunca será abalado!” Sl 15

Fofoca... infelizmente algo que tem invadido as nossas igrejas, instrumento de satanás para dividir e causar intrigas entre os cristãos.
O que é fofoca? Fofoca de acordo com o dicionário é:

1. !Ato de querer saber para ir contar a outrem.                                                       
2. Fato ou coisa contada em segredo, sem conhecimento do(s) visado(s) ou sem conhecimento real ou efetivo.

Vou citar duas coisas que uma “simples” fofoca pode causar?                                   

1-Dissensão:
1. Diversidade de opiniões.
2. Desavença, divergência; contraste.
2-Contenda:
1. Questão; disputa; contenção.
2. Luta, guerra.
3. Pop. Bulhas; ralhos.

A fofoca normalmente tem três lados envolvidos, e um 4º que é uma “espécie em extinção” estes são:

1º O fofoqueiro;
2º O que ouve a fofoca e a guarda para si mesmo;
3º O que ouve a fofoca e a leva para terceiros, espalhando a fofoca, assim se tornando o 1º da lista, um FOFOQUEIRO!
4º O que ouve a fofoca e responde ao fofoqueiro: “Desculpe-me mas você esta contando algo que eu não deveria ouvir, você deveria conversar isso com as partes envolvidas e com Deus, não comigo.”

Salomão fala em Provérbios:
“Eu, a sabedoria moro com a prudência, e tenho o conhecimento que vem do bom senso. Temer o Senhor é odiar o mal; odeio o orgulho e a arrogância, o mau comportamento e o falar perverso.” Pv 8:12-13

Salomão foi o homem mais sábio de todos os tempos, será que não faz sentido o que ele fala? O falar perverso, em outras palavras pode ser... FOFOCA!

Davi, pai de Salomão, homem segundo o coração de Deus diz: “Longe estou dos perversos de coração; não quero envolver-me com o mal. Farei calar ao que difama o próximo às ocultas. Não vou tolerar o homem de olhos arrogantes e de coração orgulhoso.” Sl 101:4-5

O que difama o próximo às ocultas, em outras palavras... FOFOQUEIRO! Tenta fazer a má reputação do próximo, desacreditá-lo.

Paulo, sem palavras para descrever tamanha sabedoria, tamanha intimidade com Deus, um grande homem. Ele fala o seguinte: “Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis. Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam.” Rm 1:28-32

Paulo cita algumas coisas que essas pessoas estão cheias, coisas abomináveis para Deus, e se pararmos para ver, são coisas abomináveis para qualquer um! E o mais interessante, Deus não condena só os que praticam tais coisas, mas também os que aprovam os que praticam, assim incluindo até os que falam que só ouviram a fofoca, mas nada mais alem disso. Vendo esse texto vejo que precisamos lutar pela “4ª espécie” citada lá em cima, aquela que está em extinção, lembram? Que a gente possa ser como a “4ª espécie”. Voltando a Salomão, ele fala algo mais sobre esse assunto: “O ímpio dá atenção aos lábios; o mentiroso dá ouvidos à língua destruidora.” Pv 17:4

E ai, o que podemos falar sobre isso? Como temos agido em situações como essa? Meus irmãos, sejamos íntegros, não sejamos complacentes com esses mensageiros de Jezabel, esses enviados do inferno que vem trazer mentiras para desanimar os filhos de Deus! Porque ouvimos essas pessoas? Porque estamos dispostos a sempre acreditar no pior? Nos falta amor no coração. 
“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” 1Co 13:4-7

Essas pessoas, algumas vezes infelizmente “crentes”, parecem que não lêem a bíblia. Ela é repleta de textos que falam contra essas calunias, mentiras, fofocas e etc... Me pergunto, se verdadeiros cristãos eles não são, então o que são? O verdadeiro cristão conhecemos pelos frutos, e acho que fofoca, criar dissensão entre os irmãos e servir de pedra de tropeço para os outros não são frutos. Ou podem até ser, mas são frutos podres, são como o joio que cresce junto ao trigo!                                           
 "Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas? Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins. A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim pode dar frutos bons. Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão! "Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.” Mt 7:15-21

"Considerem: uma árvore boa dá bom fruto; uma árvore ruim, dá fruto ruim, pois uma árvore é conhecida por seu fruto. Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas? Pois a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom, do seu bom tesouro, tira coisas boas, e o homem mau, do seu mau tesouro, tira coisas más. Mas eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras você será absolvido, e por suas palavras será condenado". Mt 12:33-37

Temos que evitar tais pessoas, de nada elas nos edificam com seus comentários maldosos, fofocas e mentiras.                                                                                                          
”Quem vive contando casos não guarda segredo; por isso, evite quem fala demais.” Pv 20:19

Devemos evitar, mas não excluir essas pessoas do nosso meio, não tratá-las mal, devemos cuidar delas. A Bíblia nos ensina que devemos falar com elas, E SOMENTE COM ELAS, não levar esse caso a terceiros. Vejamos como a Bíblia nos ensina a agir: "Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Mas se ele não o ouvir, leve consigo mais um ou dois outros, de modo que ‘qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas’. Se ele se recusar a ouvi-los, conte à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a igreja, trate-o como pagão ou publicano.” Mt 18:15-17
  
“Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado.” Gl 6:1

Tendo cuidado para que também não caia junto com seu “irmão”, não se deixe ser levado. Exercendo sempre os frutos do Espírito que são, amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio você estará pronto para ajudar seu irmão caído a levantar-se.
Não sejamos somente ouvintes da Palavra como diz Tiago, mas sim praticantes não nos enganando. A Palavra é muito clara em relação a esse assunto, vejamos mais dois exemplos: ”Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem.” Ef 4:29

Suas fofocas e mentiras, o veneno que sai de sua boca, de nada edifica, se não vai edificar, se não vai conceder graça aos que a ouvem, não fale, provavelmente não provem de Deus!

Se alguém se considera religioso, mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo. Sua religião não tem valor algum!” Tg 1:26

Não poderia falar sobre fofoca sem falar sobre a língua, esse pequeno órgão cheio de veneno como diz Tiago, ele fala muito bem sobre ela no capitulo 3, vejamos: Todos tropeçamos de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no falar, tal homem é perfeito, sendo também capaz de dominar todo o seu corpo. Quando colocamos freios na boca dos cavalos para que eles nos obedeçam, podemos controlar o animal todo. Tomem também como exemplo os navios; embora sejam tão grandes e impelidos por fortes ventos, são dirigidos por um leme muito pequeno, conforme a vontade do piloto. Semelhantemente, a língua é um pequeno órgão do corpo, mas se vangloria de grandes coisas. Vejam como um grande bosque é incendiado por uma simples fagulha. Assim também, a língua é um fogo; é um mundo de iniqüidade. Colocada entre os membros do nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno. Toda espécie de animais, aves, répteis e criaturas do mar doma-se e é domada pela espécie humana; a língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero. Com a língua bendizemos ao Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não pode ser assim! Acaso pode sair água doce e água amarga da mesma fonte? Meus irmãos, pode uma figueira produzir azeitonas ou uma videira, figos? Da mesma forma, uma fonte de água salgada não pode produzir água doce. Quem é sábio e tem entendimento entre vocês? Que o demonstre por seu bom procedimento, mediante obras praticadas com a humildade que provém da sabedoria.” Tg 3:2-13

Acho que não há mais nada para se falar, se você leu esse texto todo e não viu nada de errado em suas condutas, mais especificamente em sua “fala”, como diz Tiago, você é perfeito, consegue dominar todo o seu corpo, e espero que assim sejam todos vocês.

O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo? "Eu sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras." Jr 17:9-10

Venho falar a vocês como Paulo falou aos gálatas. Ó “irmãos” insensatos! Quem os enfeitiçou? 

Estão ouvindo a Palavra e a deixando sair pelo outro lado? Acaso conhecem a parábola do semeador? Qual terreno Deus tem encontrado quando lança sua semente em seus corações? Isso tudo que aqui foi falado é a Palavra de Deus. Irmãos vamos acordar, estamos em uma era onde está ficando cada vez mais apertado para nós, precisamos estar unidos, precisamos estar firmes na Rocha que é Cristo Jesus! Vamos orar a Deus pedindo forças para mudarmos nossas atitudes condenáveis, vamos clamar por um avivamento em nossas vidas, em nossas igrejas, vamos nos amar mais. Que possamos ser a imagem e semelhança de Cristo, façamos como Paulo, sejamos seu imitador como ele foi de Cristo. Preciso de vocês irmãos, vocês são preciosos para mim, são importantes para mim e para nossa igreja. Se arrependam, busquem ao Senhor, não há condenação para aqueles que REALMENTE estão em Cristo Jesus, tudo foi lançado no mar do esquecimento, as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo!

Não quero ver uma juventude “grande” em quantidade, mas sim “grande” em qualidade. E sei que todos vocês tem potencial para isso, Deus nos capacita, Ele nos da força, supre nossas necessidades. Maior é o que está em nós do que o que está no mundo, em Jesus somos mais que vencedores!

“Tornei-me inimigo de vocês por lhes dizer a verdade?”Gl 4:16


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Sobre negar-se a si mesmo.


Por: Rev. Charles G. Finney

TEXTO --" Jesus dizia a todos: Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me."--Lucas 9:23

A fim de compreender esta solene declaração de nosso Senhor temos que decidir um ponto de grande importância: "Em que consiste a verdadeira idéia de tomar a cruz e negar-se a si mesmo?"

Esta pergunta pressupõe a existência de apetites e inclinações que apelam à satisfação, à vida fácil e mole, e logo significa, de modo evidente, que em alguns casos esta satisfação deve ser recusada. Este é o ponto preciso do texto; um homem que quer seguir a Cristo deve negar-se a si mesmo no sentido de negar-se a satisfação de todos os apetites e inclinações, sempre e quando estas satisfações sejam proibidas pela lei do amor. Dentro dos limites da lei de Deus, estes apetites de nossa constituição podem ser permitidos; mais além destes limites, devem ser rejeitados. Em qualquer ponto em que vão em contra da lei de do amor de Deus ou o amor aos homens, devem ser negados.

O que pede, portanto, a lei do reino de Cristo é que consulte e obedeça a vontade de Cristo em todo este assunto da satisfação para consigo mesmo; que não obedeça aos desejos ou apetites - que nunca satisfaça teu amor à aprovação - nunca busque forma alguma de desfrute pessoal em desobediência a Cristo. Não deves fazer isto nunca quando sabes qual é Teu dever, pois do contrário desagradarás a Deus, já que é evidente que Ele tem o direito de controlar tuas próprias forças.

Baixo a este princípio você tem que fazer todo seu dever a seu próximo, seja aos seus corpos ou a suas almas, negando todos os desejos e tendências mundanas que poderiam entrar em conflito com teu dever, fazendo de Jesus Cristo mesmo teu modelo e que sua expressa vontade seja tua regra perpétua de conduta.

Muitos vão perguntar-se: Por que exige Cristo de nós este negar-se a si mesmo?

Seria porque Deus quer ver que nos mortificamos, por que tem prazer em que crucifiquemos nossa sensibilidade ao gozo, que ele mesmo nos deu? De nenhuma maneira. A verdadeira resposta tem que ser encontrada no fato de que Ele nos fez seres morais e racionais: nossas faculdades racionais estão planejadas para controlar nossas atividades voluntárias, e nossa natureza moral para fazer-nos responsáveis do controle de nós mesmos ao que Deus requer. Nas ordens inferiores da criação que nos rodeia, vemos animais isentos de responsabilidade moral, porque são irracionais e incapazes de ação moral responsável. Para eles, a tendência natural é a lei, porque não conhecem outra. Mas nós temos uma lei mais elevada para obedecer. O maior bem dos animais é proporcionado por sua obediência a mera lei física; mas não é assim com nós. 

Nossos sentidos são cegos moralmente e portanto Deus nunca quis que regessem nossa vida. Para proporcionar-nos uma regra apropriada, Deus nos deu a inteligência e a consciência. O apetite, portanto, não pode ser nossa regra, entretanto é e tem que ser a regra de todos os animais.

Agora bem, é um fato que nossos sentidos não estão em harmonia com nossa consciência, e que às vezes pedem satisfação ou prazer quando, tanto a razão como a consciência, o proíbem.

Se nos entregamos ao domínio do apetite e dos sentidos sem norma ou critério, sem dúvida vamos perder o caminho. Estes apetites crescem quando os mimamos; um fato que por si mesmo explica porque Deus nunca quis que fossem nossa regra. Às vezes se formam apetites artificiais, de tal natureza que seus efeitos são extremamente perniciosos.

Nestes casos somos lançados a um estado de guerra. Nossos apetites nos fazem apelação constante, reclamando satisfação e liberdade, e a lei de Deus e a voz de nossa razão, fazem apelação constante contra os sentidos, instando-os a que nos neguemos a nós mesmos e encontremos nosso bem supremo na obediência a Deus. Deus e a razão requerem que nos abstenhamos e resistamos aos pedidos do apetite de modo sério e firme. Notemos aqui que Deus não requer esta resistência, sem ao mesmo tempo prometer-nos ajuda no conflito. É notável a forma em que a ressaltada oposição aos apetites no nome de Cristo, baixo as exigências da consciência, permitirá claramente vencê-los. Ocorrem casos, com freqüência, nos quais os apetites mais despóticos e exigentes foram dominados pela vontade, baixo aos mandatos da consciência e com a ajuda de Deus. Ao instante ficam subjulgados e a consciência fica em paz e sossego.

Vamos a considerar aqui com atenção o fato que nos damos em conta de ter uma natureza espiritual e moral além da física. Temos uma consciência, e temos afetos referentes a Deus, como também os temos com respeito as coisas terrenas. Há uma formosura na santidade, e há coisas relacionadas com nosso gostos espirituais como há os físicos. Baixo ao próprio cuidado e esforço, nossa natureza física se desenvolve até os objetos terrenos. Somos seres sociais em nossas relações terrenas, e não menos em nossa natureza espiritual. 

Somos sociais espiritualmente o mesmo que fisicamente, ainda que não nos demos conta disso, porque nossa sociabilidade espiritual pode ter ficado sem ter sido cultivada e desenvolvida. Mas necessitamos realmente de comunhão divina ou espiritual com Deus, comunhão social com nosso Criador. Antes da regeneração, nossa capacidade moral era um deserto. Todos os homens têm consciência e pode ser que se dêem conta disso, mas não têm afeto espiritual a Deus e por isso supõem que a religião é algo muito seco. Não podem ver como podem gozar da presença de Deus e da oração. Estão despertos para a comunhão e amizade terrenas, mas mortos para a comunhão e amizade com Deus. Seu amor na forma de afeto tem sido atraído aos homens, mas não a Deus. Parece que não se dão em conta de que eles têm uma natureza capaz de ser desenvolvida em afetos de amor a seu divino Pai. Daqui que não vêem como podem gozar da religião e seus deveres religiosos. A frieza da morte entra em suas almas quando pensam nele.

Este lado espiritual de nossa natureza necessita ser cultivado. Tem estado abandonado longo tempo, e afastado, e tem uma grande necessidade de ser levantado. Mas para conseguirmos e desenvolver o lado espiritual de nossa natureza, é indispensável que o lado mundano seja afastado e rebaixado. Porque a carne é um perigoso inimigo da graça. Não há harmonia, senão antagonismo e repulsão entre os afetos terrenos e os celestiais. A menos que subjulguemos a carne, morreremos. E só quando mortificamos as obras do corpo, por meio do Espírito, podemos viver.

A igreja de Roma em épocas passadas se distinguiu pelas mortificações à carne, externamente consideradas. 

Estas mortificações foram eliminadas no mundo protestante, e com isso foi ao extremo oposto. Entre todos os sermões protestantes que tenho escutado, não lembro de nenhum sobre o tema de levar a cruz e negar-se a si mesmo. Devo crer que este tema é descuidado em grande maneira em nossas igrejas protestantes. A Roma papal chegou a extremos desbocados com esta idéia; os protestantes no oposto. Portanto, necessitamos fazer um esforço especial para evitar esta tendência e entrar na razão, sentido e na Escritura.

Até que me converti nunca soube que tinha afetos religiosos. Não sabia, inclusive, que tinha alguma capacidade para emoções espontâneas, profundas, que fluiriam a Deus. Isto era uma ignorância escura e pavorosa, e é fácil supor que conhecia muito pouco gozo real enquanto que minha alma estava em perfeita ignorância da mesma idéia de gozo espiritual real. Mas vejo que esta ausência de idéias corretas sobre Deus não é rara. Se buscamos encontraremos que esta é a experiência comum das pessoas não convertidas.

Todos sabemos que a satisfação da natureza animal é o prazer: não prazer ou gozo da classe mais elevada, mas um forma de prazer. Quanto mais gozosas hão de ser as satisfações de nossos afetos morais mais nobres. Quando a alma chega a uma festa em seus afetos espirituais começa a saborear a felicidade real, uma felicidade como a do céu! Temo que muitos não tenham compreendido o que a Bíblia quer dizer com "bem-aventurança".

Agora temos que considerar bem que este lado espiritual de nossa natureza pode ser desenvolvido e satisfeito só por meio de uma benevolente negação ou contrariedade de nossos apetites, um contrariar os apetites baixo às exigências da benevolência real a nossos próximos e a Deus. Este deve ser nosso objetivo; porque se fazemos de nossa felicidade pessoal nosso objetivo, nunca vamos alcançar o gozo exaltado da verdadeira comunhão com Deus.

É curioso ver como a sensibilidade se relaciona com o negar-se a si mesmo, de modo que o negar-nos a nós mesmos, por motivos retos, passa a ser o meio natural e necessário de desenvolver nossos afetos espirituais. Começando com o tomar sua cruz, um vai, passo a passo, amortecendo as auto-complacências, as auto-satisfações, e abrindo mais e mais seu coração para a comunhão com Deus e a experiência mais madura de seu amor.

Uma nova razão pela que os homens deveriam negar-se a si mesmos é que é intrinsecamente reto. Os apetites inferiores não deveriam reger-nos; as leis mais elevadas de nossa natureza sim devem fazê-lo. A evidência que prova que o dever de seres criados racionalmente é usar sua razão, e não degradar-nos ao nível das bestas.

Outra razão é que podemos permitirmo-nos, pois vamos a sair ganhando com ele. Admito que quando nos resistimos e nos negamos às exigências da auto-satisfação, a coisa vai contra a "felicidade" de modo direto; mas no lado espiritual ganhamos imensamente, muito mais do que perdemos. A satisfação que conseguimos do negar-nos a nós mesmos é preciosa. É rica em qualidade e profunda e larga como o oceano em sua importância.

Muitos pensam que se têm que encontrar prazer devem buscá-lo diretamente e fazer dele um objetivo direto, buscando-o, além do mais, na satisfação de seus apetites. Não conhecem outra forma de felicidade que esta. Parece que nunca conceberam a idéia de que o gozar realmente é realmente o negar-se a si mesmo, plenamente, segundo as exigências da razão, o reto, e a vontade revelada de Deus. Contudo, esta é a lei mais essencial da verdadeira felicidade. De onde se começa a evitar a cruz, ali termina a verdadeira religião. Você pode orar em sua família, pode reprovar o pecado aonde queira que te ofenda, e pode fazer tudo isto sem negar-se a si mesmo cristão; mas enquanto você vive em hábitos de auto-satisfação, não pode defender a Cristo e fazer teu dever em todas partes com vigor, e especialmente te encontrarás debilitado quando o caminho do dever te conduza a lugares em que sejam feridos teus sentimentos. E ninguém pode esperar escapar deste tipo de situações sempre. Se você quer manter-se no caminho do dever sem desviar-se, e gozar da vida real e da bem-aventurança, deve decidir-se a negar-se a si mesmo o que Deus e a razão o peçam, e plenamente, até onde te seja requerido. Deste modo ganharás mais do que vai perder. Se estás resolvido e decidido teu caminho será fácil e gozoso.

Ocorre às vezes que a corrente total dos sentimentos de um cristão é a auto-satisfação, de modo que caso se lhe permite que e se guie por seus sentimentos sem dúvida terminará em um naufrágio da alma. Deus, por sua parte, lhe encerra na fé simples. Então, se segue a direção do Senhor, triunfará, e de repente sua alma "será como os carros de Abinabad". Se encontra em minha mente agora o caso de um homem que viveu uma vez aqui. Depois de um período de vida cristã, saiu do meio de nós, se apartou de Deus gravemente, se transformou praticamente num infiel, se fez espírita swedenborgiano, chegou a ser rico, e quando alguém podia supor que havia alcançado as alturas da felicidade terrena, e ele mesmo supunha, de repente entrou num período em que se sentia totalmente desgraçado. Se viu forçado a voltar a si mesmo e disse: "Devo voltar a Deus e fazer sua vontade, toda ela, seja o que seja, ou vou perecer". Vou extinguir toda afeição do mundo", disse. "Nada que seja hostil a Deus vai ser tolerado por mim nem se quer um momento." Tão pronto como fez isso, toda sua vida e seus gozos na religião regressaram nele. Então sua esposa e seus vizinhos disseram dele: "É verdadeiramente um novo homem em Cristo Jesus." A partir daquele dia a paz de Deus regeu seu coração e sua taça de gozo transbordou. Qualquer homem, portanto, pode permitir-se negar-se a si mesmo, pois com isso abre seu coração aos gozos da vida imortal e a paz. Este é o caminho real da felicidade.

Este ponto explica muitos dos fatos da experiência cristã que de outro modo parecem estranhos. Aqui temos um homem que não pode orar diante de sua família. Inquire mais profundamente em seu caso e provavelmente encontrarás que não pode gozar em nenhum de seus deveres religiosos. Inquire mais na causa e encontrarás que não se nega a nada a si mesmo, que sua vida está regida pelas leis da auto-satisfação. 

Como pode este homem agradar a Deus assim.

Outro não pode sair e confessar a Cristo diante dos homens. A verdade é provavelmente que não decidiu negar-se a si mesmo nada. Ao contrário, a quem nega realmente é a Cristo. Esquiva a cruz. Ah, este não é o caminho do céu. Neste caminho não se pode ter  comunhão com Deus. Prova-o mais vezes e encontrará sempre o mesmo resultado: não há paz, não há comunhão com Deus.

Nosso texto diz: "Tomem a vossa cruz diariamente." E isto é o que deves fazer. Este é o único caminho possível para viver santamente. E deves fazê-lo de modo firme, sério, contínuo. Deve ser a obra de sua vida, exceto quando haja descanso ao ganhar uma vitória substancial sobre tuas tendências à auto-satisfação. Se um homem tenta dominar seu apetite pelas bebidas alcoólicas e o faz só em ocasiões, digamos um dia ou uma semana, e logo se permite liberdades entre estes períodos: deve fracassar totalmente. Nunca vai conseguir nada a menos que tome sua cruz diariamente e a leve a todo tempo. Deve perseverar em absoluto, ou seus esforços não servirão para nada. Precisamente, em proporção ao perseverante que seja em tomar sua cruz, esta vai fazer-se mais ligeira e ele mais forte para levá-la. Quando um homem de modo resolvido declara: com a ajuda de Deus nenhuma concupiscência, nenhum apetite vai dominar sobre mim, e logo se mantêm firme, sairá vencedor. Ainda que ao princípio empreendas esta obra tremendo, se persistes, ganharás terreno. 

Estes apetites vão poder cada vez menos em ti. O levar a cruz te fará mais forte para a tarefa total da vida cristã.

O evitar a cruz entristece ao Espírito. Se descuidas de teu dever, se deixas de orar na família, pelo fato talvez que há convidados presentes, podes estar seguro que isto entristece ao Espírito de Deus. Satanás lança estas tentações em teu caminho, e você lhe dá toda classe de vantagens contra ti. É possível que tentes orar nestas condições; mas, oh, Deus não está contigo! Tem estado em uma situação em que devias ter  feito algumas coisas desagradáveis à carne e ao sangue; tem fugido de fazer teu dever; tem ido dormir quando devia fazer teu dever. O que aconteceu então com a tua alma? Não apareceram espessas nuvens que interceptaram a luz de rosto de Deus? Tiveste o consolo de sua presença? Tiveste comunhão com o Salvador? Faça uma pausa, por um momento, e peça a resposta a seu coração.

Conclusão

Enquanto que sua sensibilidade religiosa não tenha se desenvolvido, a pessoa sente uma forte atração pelos afetos do mundo. O que sabe dos afetos religiosos do coração? O que sabe do amor real de Deus, ou da presença do testemunho do Espírito em seu coração de que é filho de Deus? Na realidade, nada. Nunca foi mais além de suas tendências dos sentidos. Naturalmente não tem dado ainda os primeiros passos ao desenvolvimento dos afetos celestiais do coração. Por conseguinte só desfruta no que é terreno. Seu coração está aqui embaixo. Mas a medida que se nega a si mesmo vai dando-se em conta e ajustando-se a sua natureza espiritual.

É uma coisa grande e bem-aventurada para o cristão o achar que sua natureza vai sendo conformada mais e mais, de modo progressivo, em Deus; o falar que vai avançando pelo bom caminho e ajustando-se, baixo a graça divina, as demandas da benevolência.

Caso se persista em levar a cruz o resultado é um ambiente maduro espiritualmente. A alma anela intensamente as manifestações espirituais e ama a comunhão com Deus. O ouvimos dizer: Quão formoso são as lembranças daquelas cenas em que minha alma estava em tranqüilidade diante de Deus! Como gozava minha alma de sua presença! Agora me dou em conta de um vazio doloroso em mim, a menos que Deus esteja comigo.

Quando os homens se dedicam a buscar o prazer como um objetivo, sem dúvida vão fracassar em conseguí-lo. Toda busca assim é precisamente em vão. A benevolência leva a alma mais além de si mesma, e a dispõe a fazer a felicidade dos outros. Só então se consegue a própria.

Tua utilidade como cristão dependerá de que leves tua cruz e de tua firmeza neste curso da vida; porque teu conhecimento das coisas espirituais, tua vitalidade espiritual, tua comunhão com Deus, e numa palavra, tua ajuda do Espírito Santo, dependerá da fidelidade com que te negues a si mesmo.

Se conheceu alguma vez a bem-aventurança da vida espiritual, e se teu coração tem sido misturado com a imagem celestial, não pode voltar aos tesouros do Egito. Já não há a possibilidade de que gozes das coisas terrenas como porção de tua alma. Isto já está estabelecido. Abandona neste instante e para sempre todo pensamento de encontrar teus gozos nas coisas egoístas e mundanas.

Aos jovens quero dizer: vossas sensibilidades são vivas, e se inclinam às coisas mundanas. Agora é o momento de afastar com mão firme ao espírito do mimo e a complacência pessoal, antes de que tenha ido longe demais para que possas dominá-lo. Você se sente tentado a ceder a auto-satisfação? Lembre que é uma lei inalterável de tua natureza que deves buscar tua paz e bem-aventurança em Deus. Você não pode encontrá-lo em nenhuma outra parte. Deve ter  a Jesus por amigo ou carecer de amigos para sempre. Tua mesma natureza exige que busques a Deus como teu Deus - como Rei de sua vida -, a Porção de tua alma para a felicidade. Não pode esperar que possa ser tal para ti a menos que te negues a si mesmo, tome tua cruz diariamente e siga a Jesus.

Os que estão ainda em seus pecados não têm idéia de como podem gozar de Deus, e não podem imaginar como pode o coração aderir-se a Deus, e chamá-lo por mil nomes carinhosos, e derramar vosso coração em amor a Jesus, permita-me que os peça que considereis que uma comunhão assim com Deus existe, que há um gozo assim em sua presença, e que podem tê-lo ao preço de negar-se  a vocês mesmos e de uma devoção total e íntegra a Jesus; não de outra maneira. E por que não fazem esta decisão? Já dizem: Toda a taça de prazer mundano está vazia, seca, inútil. Deixe-a pois, solte-a. Desprendam-se do mundo e elejam um gozo mais puro, melhor e que permanece para sempre.